Reflexão: A política da qualidade e o movimento George Floyd

Nas ultimas semanas, há um belo movimento acontecendo em prol da igualdade e integração efetiva, que clama pela extinção do racismo estrutural.

Tenho colegas comentando: “mas eu não sou preconceituoso, isso não tem a ver comigo”.

Trago então uma reflexão talvez necessária e gostaria de propor o cruzamento da proposta ideológica que vem sendo amplamente discutida, com os padrões que vemos diariamente nas políticas de qualidade. Vamos lá:

Proponho que pense em dois questionamentos simples: Segundo o IBGE, em 2019 – por consequência das leis de cotas – pela primeira vez, negros e pardos representaram maioria na educação superior pública, no entanto, nas redes privadas (maioria dos cursos ofertados no país) ainda são minoria¹. 

Apenas em 2019, 132 anos após a lei da abolição, que iniciou a integração negra como cidadãos, e apenas após uma lei que obriga essa integração. 

É das universidades que se esperam pessoas qualificadas para integrarem aos times e ao chamado “capital intelectual” das empresas. Essa é a maioria da população, e o acesso a educação dessa fatia é limitado. Estas limitações vão passando de geração a geração, mas ainda com uma evolução "em passos de formiga". Agora, em uma comparação, que já foi propostas por outras pessoas em outras ocasiões, mas que agora coloco diante deste contexto: poderíamos dizer análoga a uma corrida de 100 m, que estas pessoas começam 20 metros atrás da linha de largada? E se vermos esta mesma corrida agora comparado aos nossos padrões da chamada meritocracia, desenvolvimento de carreira? |Quem sabe planos de treinamento e desenvolvimento? Assim vamos fundo. Pois é.

Bom, voltemos agora a nossa velha politica de qualidade, que hoje já integrada nos novos modelos, e abre um espaço para as partes interessadas integrando as responsabilidades econômicas das empresas à comunidade a qual está inserida, e que muitas vezes leva palavras como "diversidade", "respeito", "igualdade" e em alguns casos "mérito", "colaboradores", "valorização" neste momento volto a perguntar, o que você tem a ver com isso?

O movimento atual abre justamente essa porta, e derruba um muro que pode ser definitivamente mais profundo em toda a sociedade (tomara!), com isso, na próxima atualização da sua política de qualidade, pensar no contexto social com carinho pode ser uma ótima, pois o movimento da maquina industrial já foi e ainda é o movimento mais poderoso da evolução conjunta em massa da humanidade, e a política de qualidade deve refletir em que estes processos estão fundamentados.

"A política deve refletir", e não, "ser refletida".                                            

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E se quiser que eu comente outro tema, também aceito o desafio! Só comentar.

¹fonte: https://folha.com/eaxnf6qr . Consultado em 10.06.2020 às 12:10

Até mais!

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